Consolo
- amargaridablog
- 8 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de set. de 2022
Diante de perdas – sejam elas quais forem, um luto é sempre um luto – nós estamos “na mira” de todo o tipo de pessoas. Acredito que, por muito carinho e amabilidade da parte delas, chegam até nós com as mais variadas palavras que consideram ser de consolo. Genuinamente, elas querem o melhor para nós e dão-nos (com as suas palavras) a sua demonstração de amor e consolo.

Porém, vejo pouca amabilidade quando existe o momento de querer viver o processo da dor conforme se conhece e se pode dar. Há uma sensação de que se esquecem (ou não compreendem) que não somos todos iguais na hora de lidar com a perda – e volto a repetir: seja ela qual for.
Certa noite em que participava num grupo de estudo – o tempo passa tão rápido que eu já nem me lembro quando foi, mas já se passaram alguns anos – e uma amiga disse a seguinte frase: «consolo tem mais a ver com presença do que com palavras de efeito». Essa frase mexeu tanto comigo que a trago até hoje, e é dessa forma que tento agir para com qualquer pessoa que me confia o desabafar da sua dor ou uma notícia triste. Sem muito sucesso às vezes, confesso.
Estar disponível para a pessoa, respeitando o seu processo, a sua forma de lidar e de estar é muito mais importante do que querer que a pessoa acarrete as nossas palavras carregadas de conhecimento sobre o assunto. A pessoa só quer empatia, só quer que, por alguns momentos, tentemos compreender o que é estar no seu lugar. Não estou a dizer com isto que não devemos abrir a boca, não é isso. Apenas, caso a pessoa não tenha recorrido a nós, basta nos mostrarmos disponíveis para que a mesma saiba que não está sozinha. Apenas isso.
Desta forma, eu só consigo ter em mente o papel do Espírito Santo. Aquele que habita em nós e que testifica ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Ele é o Consolador. Aquele que está, aquele que nutre com presença, que nos assegura que temos a quem pertencer e não estamos sozinhos.
Ainda me falta muito. Ainda tenho muito a aprender com Ele quando se trata de estar presente para alguém. Às vezes, vai ser preferível eu guardar todo o conhecimento da situação e simplesmente estar ou mostrar-me disponível para o que a pessoa precisar no momento. E, sem sombra de dúvida, se o nosso consolo não nos leva a doarmo-nos ao outro, mais vale a pena ficarmos quietos.
Doarmo-nos ao outro, por vezes, pode não significar estar 24/7 com a pessoa. Mas, respeitar o seu espaço e o seu tempo. Estar presente não significa necessariamente estar ao lado, mas estar disponível para quando a pessoa vir em nós um lugar seguro para relatar a sua dor, doando o nosso ombro amigo para o choro e o nosso tempo para que haja leveza. No mais, é deixar o Espírito Santo fazer o Seu papel que, com toda a certeza, o faz bem melhor do que qualquer um de nós.
Vou dormir com o coração aquecido com esse texto ❤️
“… nos quer levar a nível de segurança tão grande onde vamos nos sentir livres para deixar toda a dor, todos cacos, nas suas mãos“ 🤯
A forma como abraçaste este viagem e te entregaste, e a coragem que demonstraste, é algo que me deixa sempre sem palavras.
Gracias por llevarnos hasta allá! Hasta se me apretó la guata.
Como amei ler seu texto e poder relembrar os detalhes dessa viagem tão intensa e incrível que fizemos. Obrigada ❤️😇
Muito bom seu texto, e compartilho sua dor pois tive um pai semelhante, e essa questão se estar sempre em alerta até hoje vem comigo
Wow! Que corazón enorme Dios te dió.
Uma menina/mulher super corajosa para escrever sobre algo que te maguou tanto 👏👏
Que post sensacional sobre sermos o sal da terra! Maravilhoso ❤
O medo é uma realidade vencida pela coragem. És corajosa e tens mostrado prendas dadas por quem te ama a tal maneira.
És Ana, conhecida e amada desde a fundação do mundo.